29 agosto 2011

PASSEIO SOCRÁTICO- Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir:

- "Qual dos dois modelos produz felicidade?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

- "Não foi à aula?"

Ela respondeu: - "Não, tenho aula à tarde". Comemorei:

- "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde".

- "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã..."

- "Que tanta coisa?", perguntei.

- "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: - "Que pena, a Daniela não disse: "Tenho aula de meditação!"

Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! - Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é "entretenimento"; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!"O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor.. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno.... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático." Diante de seus olhares espantados, explico: Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.

26 agosto 2011

Sites indicados:

A Arte e a Educação à luz da doutrina espírita



A arte tem papel fundamental na formação do ser humano. Se assim não o fosse, ela não estaria presente em nossa sociedade desde a antiguidade. Ela está em nossas vidas, nas mais variadas formas, da hora em que acordamos até a hora em que dormimos, por toda a nossa existência.
O problema é que muitas vezes não nos damos conta desta presença e isso se dá em função do “anestesiamento” dos sentidos provocado, em parte, pela perda gradual dos significados dos objetos e das relações em nossa vida social. Mas é ela, nas suas diversas expressões e manifestações, o que dá sentido às nossas vidas e nos propicia a compreensão do mundo social e cultural.
No caso da arte à luz da doutrina espírita, esta também pode nos levar à compreensão do mundo espiritual e de nosso papel no processo evolutivo individual e coletivo.
Poderíamos, assim, indagar:
"144 - Qual a destinação da Arte no mundo e de que maneira ela evolui?
A Arte tem como meta materializar a beleza invisível de todas as coisas, despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplação, promovendo o ser humano aos páramos da Espiritualidade. Graças à sua contribuição , o bruto se acalma, o primitivo se comove, o agressivo se apazigua, o enfermo se renova, o infeliz se redescobre, e todos os outros indivíduos se ascendem na direção dos Grandes Cimos. A arte permanecerá no mundo assinalando as fases de progresso ou de tormenta das criaturas, porém oferecendo sempre harmonia e trabalhando os sentimentos elevados. Desse modo, evolui do grotesco ao transcendental, aprimorando as qualidades e tendências, que estarão sempre à frente dos comportamentos de cada época. Lentamente, e às vezes com rapidez, a Arte se desenvolve alterando os conteúdos e melhor qualificando a mensagem de que se faz portadora. " (Divaldo P. Franco por Vianna de Carvalho. in: Atualidade do Pensamento Espírita. LEAL editora)
A arte é expressão da alma humana em sua essência maior: a capacidade criadora. É a ligação com o criador. E por assim ser é sempre elevada? Não, pois se manifesta de acordo com o grau evolutivo da criatura. Mas é força que impulsiona e gradativamente conduz a alma ao seu destino divino.
"A arte é forte elemento de interação vertical, onde a alma interage com as energias espirituais superiores que pululam no Universo. À medida em que interage, desenvolve seu potencial anímico que se manifesta no querer, ampliando sua faixa vibratória em níveis superiores, a arte aprimora os sentimentos, direcionando os impulsos da alma para os canais superiores da vida. Na alma enobrecida e elevada, a arte vive e vibra intensamente. Nesse sentido, não poderá haver educação do Espírito fora da arte superior e nobre." (Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo)
A arte elevada, bem como a verdadeira educação, não são ferramentas que ajustam ou moldam os sujeitos às regras morais e culturais da sociedade. São, em verdade, as asas que nos alçam à liberdade.
Mas o que é ser livre?
É ser autor e personagem de sua própria história. Ser seu próprio artífice.
Muitos confundem o evangelizar e os usos da arte na casa espírita, com a idéia de doutrinar e moldar o jovem de maneira que este se encaixe às concepções do “bom espírita” e do “bom cidadão”. Mas a real transformação não é realizada de fora para dentro. É, sim, pela ação do sujeito sobre si mesmo, entendendo-se como um ser eterno e em constante evolução. Assim sendo, a arte e a evangelização na casa espírita deveriam ser o espaço para a reflexão, para a indagação, para a investigação, para a expressão e, acima de tudo, para o autoconhecimento e o AMOR.
O evangelizador/artista seria o guia/provocador desse processo e não o controlador/determinador. Seria aquele que cria as condições, provoca e envolve amorosamente os sujeitos em um clima favorável ao exercício, à criação e a reflexão sobre o fazer, o conhecer e o ser.
As diversas manifestações da arte e seu caráter educador e integrador.
Vejamos trechos do livro “Prática Pedagógica na Evangelização”, de Walter de Oliveira Alves, Editora IDE, a fim de refletirmos sobre as diferentes manifestações da arte e seu papel transformador das almas.
Teatro:
(...)Nada melhor do que a dramatização e o teatro para levar a criança a vivenciar certas emoções e situações. À medida em que vivência, ela trabalha com suas próprias energias íntimas, colocando-se no lugar do outro. O teatro levará a criança e o jovem a vivenciar situações, a imitar personagens, cujas personalidades poderão ser por ela assimiladas e que depois quererá vivenciar na prática.
Artes Visuais:
(...)O desenho, a pintura, a modelagem são atividades criadoras, que poderão conduzir as energias do Espírito para  canais criativos superiores.
Música:
(...)O elemento melódico da música, em harmonia com o ritmo, embala a própria alma, ativando os movimentos interiores do Espírito. A arte melódica-harmônica-rítmica da música atinge as profundezas da alma, transportando o ser espiritual para as esferas superiores da vida, através da inspiração superior, atingindo as vibrações do mundo espiritual elevado e nobre.
Dança:
(...)Dançando, o homem transcende o ser físico, adentrando na harmonia com o ser espiritual que há em si mesmo e exterioriza esse ser espiritual em vibrações harmônicas nos movimentos de seu corpo. A emoção vibra em seu coração e se exterioriza nos movimentos harmônicos do corpo, que representam os movimentos interiores da alma.
Literatura
(...)A história mobiliza suas energias interiores e a criança, embora imóvel, está em ação, viajando por lugares inimagináveis. A capacidade sonhadora é impulso irresistível a atraí-la para mais alto.
Como podemos observar no texto acima, as diversas manifestações artísticas (e devemos incluir aí as artes tecnológicas) mobilizam os sujeitos e, se vivenciadas na intensão do amor e do bem, conduzem ao autoconhecimento, à estética  e  ao desenvolvimento moral e espiritual.
Os jovens e as criançs da atualidade são espíritos de uma nova era de transformação planetária. São almas sedentas e carentes. Muitos, em suas últimas tentativas de redenção neste orbe. Outros, já preparados para a nova etapa evolutiva da Terra. São almas que em sua complexidade não mais são tocadas simplesmente pelas palavras de ordem ou autoritarismos.
A urgente necessidade da reforma íntima convoca o ser em sua inteiridade, não apenas o seu intelecto, mas este, integrado à corporalidade e a subjetividade, conectados à natureza. Assim sendo, a arte, em suas diferentes linguagens, propicia esta integração holística potente, necessária e carregada de sentidos.
Recursos, metodologias e propostas.
“Técnicas e métodos pedagógicos são totalmente secundários e mudam segundo a época, os costumes, os avanços tecnológicos. O importante é a compreensão das finalidades fundamentais da educação, que é o desenvolvimento integral do ser, rumo à transcendência; o importante é o papel do educador, que deve ser aquele que provoca, instiga, desencadeia esse desenvolvimento, graças ao seu amor, ao seu exemplo e seu contágio moral e intelectual. (...)É preciso dar espaço à criatividade, convocar as pessoas a criarem suas próprias propostas. Para se implantar uma proposta aberta assim, é preciso conhecer muito bem o espiritismo e ser democrático, afetivo, fazendo uma opção sincera pelo não-autoritarismo.” (Dora Incontri)
Ser um guia/provocador não é tarefa simples, pois não é “deixar acontecer”. Mas, sim, é saber “fazer acontecer”. E isso envolve, por parte do evangelizador/artista, comprometimento com:
  • Estudo Produtivo (Processo criador de formas artísticas, materiais, processos e linguagens)
  • Estudo Teórico (Arte, História, Estética, autores, teorias e abordagens)
  • Estudo Crítico (Apreciação da arte e da natureza)
  • Exercícios de Recursos Internos (Percepção, intuição, imaginação, reflexão, afetividade)
  • Estudos Pedagógicos (Conhecimentos situados na Educação)
  • Estudos Doutrinários e Filosóficos (Religiões, Espiritismo, Ética e Moral)
É necessário preparo intelectual, afetivo, moral e espiritual para a grande tarefa. Pois a arte e seu ensino serão, neste milênio, a tessitura da transformação e recriação das ações educacionais. Os Centros Espíritas necessitam estar integrados a essa nova era que nos chega. Tem o evangelizador/artista o papel de colaborar na transformação da casa espírita e no desenvolvimento integral dos jovens. Acredito firmemente nesta possibilidade. Como é possível? Costumo dizer que é funcionar como um bom despertador de sensibilidades e consciências. Os recursos? São as almas. As metodologias? O amor e a sabedoria. E as propostas? A criação e a realização.
E o quê, você artista e/ou evangelizador da seara espírita tem a ver com isso?
TUDO! A transformação está em nossas atitudes. Mãos à obra!

*Estudo realizado no dia 28/08/2010 pela integrante do Grupo Arte Nascente Anna Rita Ferreira Araújo, mestre em Artes pela USP, professora da Faculdade de Educação da UFG, doutoranda em Ensino/Aprendizagem da Arte pela USP.


A música a serviço da saúde- AMÉRICO CANHOTO


A net pode e deve ser usada como ferramenta de apoio para incrementar atividades voltadas para nossa evolução. Vamos aproveitar o espaço que nos concede o Jornal dos Espíritos para complementar as informações que serão oferecidas aos participantes o 1º Encontro de Saúde Musical realizado na Casa do Consolador no domingo, 21 de outubro. É complicado explicar como surgiu a idéia. Com certeza foi intuição de amigos espirituais. Mas, repassaremos aos participantes e aos leitores que não puderam estar presentes apenas um pequeno resumo da parte teórica que nos coube; com certeza apenas os que se programaram a ir; sairão de lá curados de alguns males e bem aliviados de outros. Mas, daremos algumas dicas que podem servir a todos. Embora cego surdo e mudo em termos de musicalidade, sempre faz parte das receitas que dou aos meus pacientes:
PRIMEIRO - Aprenda a perdoar e a servir com eficiência; torne sua existência mais útil.
SEGUNDO - Cante, celebre; volte a cantar no banheiro, assobie, alegre-se – mas, cuidado com a música e os sons: uns elevam e curam outros adoecem e nos deixam à mercê de nossos defeitos de caráter ou dos desejos dos outros. Amigos do além de daqui mesmo desta dimensão nos proporcionaram a chance de lhes passar receitas mais eficientes e práticas.

Musicoterapia – sons que curamEm todas as culturas antigas existem referências sobre a conexão entre a música e a transformação do estado de espírito. Baseado nos estudos da musicoterapia clássica, o psiquiatra inglês Robert Schauffer observou os seguintes efeitos dos instrumentos sobre o organismo. Piano: combate a depressão e a melancolia. Violino: combate a sensação de insegurança. Flauta doce: combate o nervosismo e ansiedade. Violoncelo: incentiva a introspecção, a sobriedade. Metais de sopro: inspiram coragem e impulsividade. Segundo sua qualidade, os estímulos sonoros produzem efeitos positivos ou negativos no ser humano. A musicoterapia se torna cada vez mais necessária, já que é uma das técnicas capazes de restabelecer a paz e a harmonia interior do ser humano, hoje tão prejudicado pelo barulho, pelos sons agressivos, pela música dissonante ouvida em volume excessivamente alto. Com resultados comprovados, a musicoterapia se utiliza de obras de compositores clássicos.
Mencionamos abaixo, como fazer suas sessões de musicoterapia: escolha um lugar calmo, onde você pode se garantir de que não será perturbado nem interrompido e deixe-o na penumbra. Deite-se confortavelmente e faça alguns exercícios de relaxamento: estique-se e tensione todos os músculos; depois, solte-os enquanto respira suave e profundamente. Coloque a música que escolheu e procurando manter a mente livre de tensão, feche os olhos e deixe que a melodia o envolva, imaginando que a música inunda todo o seu corpo, integrando-se a ele, produzindo harmonia e equilíbrio. Estabeleça um tempo mínimo de 20 minutos para as sessões diárias de musicoterapia.

Para combater a ansiedade
Barcarola (dos Contos Musicais), de Offenbach; Dança Polovetsiana, de Borodin; Os lmprovisos, de Chopin; Canção Sem Palavras, Andante cantabile, Primeiro Quarteto Para Cordas em Ré, de Tchaikovsky; Sonho de uma Noite de Verão, de Mendelssohn; Ária para a Quarta Corda, de Bach. Inicialmente, ouça as peças - uma a cada dia - e identifique aquela que produz maior impacto no plano dos sentimentos. Escute-a diariamente, durante meia hora, em ambiente silencioso. É recomendável usar fones de ouvido.

Para estimular a energia vitalMarcha Eslava, de Tchaikovsky; Marcha da Festa, do Tannhauser, de Wagner; Marcha Fúnebre para uma Marionete de Gounod; Marcha Rakruzky, de Berlioz; Marcha triunfal, da ópera Aida, de Verdi.
As peças acima são particularmente recomendadas no tratamento de doenças crônicas, debilitantes, nas quais ocorre profunda redução da vitalidade. Em casos de fraqueza profunda, anemias e depressões com acometimento físico pronunciado e em casos terminais de câncer, essas músicas devem ser continuamente tocadas no quarto do paciente, sempre em volume suave.

Para produzir harmonia, equilíbrio emocional e mentalConsolação n° 3, de Liszt; Noturno, de Rimsky-Korsakov; Sonata ao Luar, de Beethoven; Canção Noturna, de Schumann; Trio em Dó Menor, segundo movimento, de Chopin. Recomendadas aos que perderam pessoas queridas e nos estados de inconformismo, as peças musicais acima têm sido aplicadas com bons resultados em certos tipos de esquizofrenia e no retardamento mental.
Devem ser ouvidas com freqüência, no mínimo durante uma hora todos os dias, em ambiente tranqüilo, ou continuadamente na residência, no local de trabalho, no carro.

Para combater insônia, tensão e nervosismoCanção da Primavera, de Mendelssohn; Sonata ao Luar, de Beethoven (primeiros movimentos); Valsa N° 15, em Lá Bemol, de Brahms; Sonho de Amor, de Liszt; Movimentos Musicais N° 3, de Schubert.
Depois de ouvir todas as peças indicadas, escolha a que deu melhores resultados e escute-a diariamente, antes de dormir. No inicio, os efeitos são leves: é preciso um pouco de paciência e persistência para notar progressos. Em casos mais acentuados, o efeito terapêutico pode diminuir com o tempo. Se isso acontecer, escolha outra música do grupo.

Para combater o estresse e doenças correlatasTraumergi, de Schumann; Clair de Lune, de Debussy; Melancolia Matinal, da Suite Peer Gynt, de Grieg; Canção da Estrela da Tarde, do Tannhauser, de Wagner; Estudo Opus 10, N° 3, de Chopin. Todas as manhãs, antes de iniciar o trabalho, faça uma sessão de meia hora; ouça cada uma das peças durante uma semana. São muito eficazes contra o estresse, o cansaço por excesso de trabalho ou de preocupação, a tensão nervosa a impulsividade, a preocupação exagerada em pequenas coisas, as explosões de irascibilidade em crianças rebeldes e mimadas. Também produzem resultados satisfatórios nos casos de doenças orgânicas psicossomáticas decorrentes do estresse, desde que associadas a tratamentos médicos, como nos casos de úlceras gástricas e duodenais, colites e outros distúrbios de origem nervosa. Eficazes também nas crises histéricas, na falta de apetite sexual, com impotência ou frigidez, e na enurese infantil.
Para acalmar ambientes tumultuados
Sonho, de Debussy; Tema de Amor, da Abertura de Romeu e Julieta, de Tchaikovsky; Pavana para uma Infanta defunta, de Ravel; Morte do Amor; de Tristão e Isolda, de Wagner; Dia de Esponsales en Trolhausen, (Notumo), de Grieg; Noturno para Cordas, de Borodin; Variação N ° 18 sobre um tema de Paganini, de Rachmaninov.
Como música de fundo, estas peças podem ser tocadas seguidamente em escritórios, lares tumultuados, hospitais, fábricas, salas de espera, bancos, etc... Os resultados têm se revelado notáveis. Também já se comprovou que, em casas comerciais de grande porte, além de criarem uma atmosfera harmoniosa entre os funcionários, levam os clientes a realizarem suas compras com maior tranqüilidade.

Para combater a depressão e o medo excessivoSonho de Amor, de Liszt; Serenata, de Schubert; Guilherme Tell (Abertura), de Rossini; Noturn, Opus 98, de Chopin; Chacona, de Bach. O ideal é uma sessão diária de meia hora pela manhã, ao levantar, se necessário, repita no decorrer do dia.
Para favorecer a interiorização e a meditaçãoConserto N° 2 para piano, de Rachmaninov (último movimento); Concerto em Lá Menor, para piano, de Grieg (primeiro movimento); Concerto N° 1 para piano, de Grieg (primeiro movimento).
Prepare-se bem para a prática da meditação ouvindo qualquer uma das peças acima durante cerca de 10 minutos.

Nossos queridos companheiros desta tarefa, certamente terão muitas outras formas de abordagem e de dicas para oferecer aos participantes do encontro e depois aos que por vários motivos não puderam estar presentes. Em "off", confesso que estou mais ansioso do que todos para participar e aprender muito, pois eles são feras dentro do que se propuseram a fazer e eu estou necessitado de ajuda vibratória.
Usem as receitas, algumas, já usei e recomendo. Depois da alma lavada pela musicalidade, direi a vocês como me sinto.
Fonte: Meu amigo Fujiu que me enviou a primeira Publicação de grupo de auto-ajuda da Instituição Hospitalar Grupo Valerium. Sugestão de leitura: Medicina Natural, do doutor Márcio Bontempo.
Uma sonora paz a todos.


O DOCE SABOR DOS SONS - Estudo do Instituto de Psicologia da USP mostra que a música pode alterar a percepção de amargo e doce em crianças. Desenvolvido pela psicóloga Viviane Freire Bueno, com orientação da professora Nielsy Bergamasco, do departamento de psicologia experimental da USP, o estudo envolveu 109 crianças de 5 a 10 anos de idade, de duas creches que mantinham parceria com a Prefeitura de São Paulo – 26 direcionadas a um estudo piloto e 83 para o projeto final. As conclusões foram que a criança associa o sabor e a música às suas experiências de vida; capazes até de alterar seu estado de ânimo. A percepção do sabor doce ou amargo depende do ritmo, melodia. Na medida que o tempo passa, a criança associa o ritmo e a melodia à sintonia que é gerada pela letra ou mensagem cognitiva que a música pode trazer consigo. A corrida pelo sabor doce e até pelo doce salgado pode ser explicado pelas experiências sob pressão extrema da ansiedade e medo. Há sons e combinações sonoras que aumentam o desejo de doces? E outros que aumentam a propensão pela necessidade de amargos? Claro. Mas, isso é assunto para os super músicos – aguardem...
Américo Marques Canhoto - Casado, pai de quatro filhos. Nasceu em Castelo de Mação, distrito de Santarém, em Portugal. Médico da família, clinica desde o ano de 1978. Hoje, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, Estado de São Paulo. Conheceu o Espiritismo em 1988. Recebia pacientes indicados pelo doutor Eduardo Monteiro. Depois descobriu que esse médico era um espírito.


Obs: A matéria acima foi retirada do site: http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col43.80.htm