15 setembro 2011

A ÁGUA DA PAZ

Em torno da mediunidade, improvisavam-se, ao redor do Chico, acesas discussões.
É, não é. Viu, não viu.
E o médium sofria, por vezes, longas irritações, a fim de explica sem ser compreendido.
Por isso, à hora da prece, achava-se quase sempre desanimado e aflito.
Certa feita, o espírito de Dona Maria João de Deus compareceu e aconselhou-lhe:
– Meu filho, para curar essas inquietações você deve usar a Água da Paz.
O médium, satisfeito, procurou o medicamento em todas as farmácias de Pedro Leopoldo. Não o encontrou. Recorreu a Belo Horizonte. Nada.
Ao fim de duas semanas, comunicou à progenitora desencarnada o fracasso da busca. 
Dona Maria sorriu e informou:
– Não precisa viajar em semelhante procura. Você poderá obter o remédio em casa mesmo. A Água da Paz pode ser a água do pote. Quando alguém lhe trouxer provocações com a palavra, beba um pouco de água pura e conserve-a na boca. Não a lance fora, nem a engula. Enquanto perdurar a tentação de responder, guarde a água da paz, banhando a língua.
O médium baixou os olhos, desapontado. Compreendera que a mãezinha lhe chamava o espírito à lição da humildade e do silêncio.

Transcrito do livro "Lindos Casos de Chico Xavier" de Ramiro Gama.